COMO TUDO COMEÇOU...
Em 1885, foi fundada a Companhia Antarctica Paulista de Bebidas, no bairro da Água Branca. Já em 1889, a Companhia passou a ser uma sociedade anônima, onde seus principais acionistas eram Antonio Zerrener, Antonio Campos Salles, Antonio de Toledo Lara, Augusto Rocha Miranda, Teodoro Sampaio e Asdrúbal Nascimento.
Em 1902, a empresa abriu para o público paulista o amplo espaço onde funcionava a cervejaria, uma área de 300 mil metros quadrados com jardins planejados, passeios, lagos, espaços para piquenique, parques infantis, pistas de atletismo, quadras de tênis e campo de futebol. Assim nascia o Parque da Antarctica Paulista, um local que hoje poderia ser comparado com o Parque do Ibirapuera, tornando-se a principal área de lazer da cidade.
Neste mesmo ano, foi organizado o primeiro campeonato de futebol no Brasil, o Campeonato Paulista, e para a partida inaugural, foi escolhido justamente o campo do Parque da Antarctica, em 3 de maio de 1902, com vitória do Mackenzie sobre o Germânia por 2 a 1, tendo sido o Eppinghaus, do Mackenzie, o primeiro a balançar a rede no estádio.
CURIOSIDADE
Em julho de 1908, o Parque da Antarctica foi palco da largada e da chegada da primeira corrida automobilística disputada no Brasil e na América do Sul, fato que engrandeceu a imagem da cidade de São Paulo. O Circuito de Itapecerica, que teve cobertura nacional e internacional, terminou com a vitória do paulista Sylvio Penteado, que correu com seu Fiat de 40 cavalos, a uma velocidade média de 50 km/h, e terminou o trajeto de 70 km em 1 hora e meia.
SURGE O PALESTRA ITÁLIA
Em agosto de 1914, do sonho dos italianos e de seus descendentes que viviam em São Paulo, foi fundada a Societá Sportiva Palestra Itália, clube que revolucionaria o futebol paulista. Nesta época, o Germânia mandava os seus jogos no Parque da Antarctica. Porém, com o início da 1ª guerra mundial, o clube alemão passou por um momento difícil e o contrato de locação foi repassado para o América, da capital. O América também enfrentou dificuldades em arcar sozinho com as despesas de aluguel, e nos princípios de 1917 fez um acordo com o Palestra Itália, ficando com o campo pelo período da manhã, e o Palestra com o período da tarde. No dia 21 de abril daquele ano, o Palestra disputou sua primeira partida no Parque da Antarctica, goleando o S. C. Internacional por 5 a 1. Heitor foi o autor do primeiro gol do Palestra naquele que seria o seu futuro estádio.
AMBIÇÃO
Os vice-campeonatos conquistados pelo Palestra Itália em 1917 e 1919, juntamente com o grande crescimento de associados, fez o clube pensar grande e de forma ambiciosa, elaborando uma proposta de compra do parque junto à Companhia Antarctica, nascendo o slogan mais famoso do ano de 1920: "O Parque da Antarctica para o Palestra". A ideia ganhou corpo, e seus maiores entusiastas eram Menotti Falchi, Enrico De Martino, David Pichetti, Martino Frantini, Adriano Merlo, Vicente Ragognetti, Vasco Stella Farinello, e Tomás Mazzoni, um jornalista que acompanhava o dia-a-dia do futebol paulista.
O primeiro passo foi a criação de uma Comissão Pró-Stadium, com a missão de transformar o sonho da aquisição em realidade. Foi composta uma comissão para tratar da compra do Parque da Antarctica. Os membros desta comissão eram David Pichetti, Américo Giorgetti, Enrico De Martino, Luiz Rocco, mais os colaboradores Vasco Stella Farinello, Martino Frontini, e o engenheiro Adriano Merlo. Farinello foi indicado para iniciar as conversas com os proprietários do Parque da Antarctica. A resposta que ele recebeu foi que a empresa aceitava vender o local por um preço de 500 contos de réis, mas que, antes disso, os palestrinos deveriam conversar também com o presidente do América, que detinha o contrato de locação.
BELFORT DUARTE
O presidente do América era João Evangelista Belfort Duarte, que, antes de 1920, havia sido um dos maiores zagueiros do início do futebol brasileiro. Devido ao seu estilo leal de atuar em campo, fez com que seu nome fosse colocado em um prêmio dado a todo jogador que terminasse a carreira sem nunca ter sido expulso de campo. Belfort Duarte foi zagueiro do América-RJ, campeão carioca de 1913. Após uma bolada no peito, devido às fortes dores, abandonou os gramados, porém não abandonou a vida esportiva, pois atuava como dirigente nos dois Américas, o do Rio e o de São Paulo. Seu grande sonho era criar um América em cada estado brasileiro.
Dependia, então, de um homem, a conquista do Parque Antarctica. E esse homem, para a felicidade do Palestra, era um esportista e um gentleman. Coube novamente a Vasco Stella Farinello, iniciar as conversas, só que desta vez em uma autêntica jornada, pois Belfort Duarte morava no Pico do Itatiaia. Farinello então tomou um trem, no qual viajou durante 10 horas, e durante o caminho alinhou a estratégia de convencimento. Sua ideia era que, em troca do "sim" para a cessão do parque, o Palestra ajudaria o América a conseguir uma vaga na APEA, a Associação Paulista de Esportes Atléticos. Ele desembarcou na estação e alugou um cavalo para subir a serra, em uma jornada que durou 4 horas, e quando já estava exausto e com o corpo coberto de suor e poeira, Farinello avistou a casa de Belfort Duarte em meio à mata virgem do Pico do Itatiaia. Dentro da casa do presidente americano, após um breve repouso e alguns copos de água, Farinello expôs a Belfort Duarte a necessidade do Palestra Itália em conseguir uma sede ampla, e que a Companhia Antarctica de Bebidas estava disposta a vender o local para o Palestra por uma quantia de 500 contos de réis. Em contrapartida, o Palestra trabalharia para que o América conseguisse uma vaga no campeonato da APEA (coisa que acabou não acontecendo, pois o América fechou as portas meses depois). Belfort Duarte aceitou os argumentos de Farinello. Com isso, a volta triunfal do representante palestrino, trazendo o tão sonhado SIM na bagagem, transformou o momento de sua chegada a São Paulo em uma grande chopada da coletividade alviverde nas ruas centrais da Pauliceia. Mas havia um problema: o dinheiro. 500 contos de réis era uma fortuna que clube nenhum da época possuía.
O PLANO
No dia 23 de abril de 1920, na sede do Palestra Itália, na rua Líbero Badaró, os dirigentes alviverdes se reuniram para formular a proposta que seria enviada a Asdrúbal Nascimento (que substituía Antonio Zerrener, que havia falecido) e Adam Von Büllow, proprietários da Companhia Antarctica. David Pichetti presidiu a reunião em substituição ao presidente efetivo, Menotti Falchi, que se encontrava na Itália. Ficou acertado que o clube pagaria os 500 contos de réis em 3 vezes. A primeira seria de 250 contos, paga no ato, e as outras duas de 125 a serem pagas nos dois anos seguintes, além dos 32 contos de transmissão.
Além do valor acertado, para efetuar a compra definitiva do Parque Antarctica, o Palestra teria as seguintes obrigações:
1) manter sempre uma das entradas com a bilheteria do Parque Antarctica, de modo que os frequentadores do parque pudessem passar diretamente para o campo de esportes e vice-versa;
2) indicar em todos os reclames e anúncios que o estádio está situado junto ao Parque Antarctica;
3) não permitir, sob hipótese alguma, que, nas dependências do parque e do estádio, fossem vendidos, distribuídos, ou feitas propagandas de produtos que não pertencessem à Antarctica;
4) conceder ingresso livre e permanente aos diretores da Companhia Antarctica a todas as festas e jogos que fossem realizados no parque ou na praça de esportes, reservando-lhes lugares vips na arquibancada especial.
Também ficou acertado que, no caso do Palestra atrasar alguma das prestações, seria cobrada uma multa de 20% na dívida em aberto e ainda com juros de 9% ao ano devido aos atrasos.
A COMPRA
O Palestra Itália aceitou todas as condições impostas pela Companhia Antarctica, e no dia 27 de abril de 1920, o presidente Menotti Falchi, que havia retornado da Itália, assinou a escritura de compra do parque. A escritura foi lavrada no XI Tabelião, o Tabelião Veiga. No dia 9 de maio de 1920, os principais jornais da capital, como o Estado de São Paulo, Diário Popular (que hoje se chama Diário de São Paulo) e o Correio Paulistano, divulgaram a notícia da compra do Parque da Antarctica pelo Palestra Itália, onde a parte social do clube continuaria com o nome original da companhia de bebidas, porém o campo de futebol passaria a receber o nome oficial de Stadium Palestra Itália.
1 semana depois, no dia 16 de maio de 1920, o Palestra disputava sua primeira partida como proprietário do estádio. O placar foi um humilhante 7 a 0 sobre o Mackenzie, pelo Paulistão. O primeiro a marcar foi Caetano.
FRANCESCO MATARAZZO
O Palestra Itália estava com dificuldades de pagar a última parcela da compra do Parque Antarctica. Inclusive, na época chegaram a chamar essa compra de "loucura do século", pois ninguém acreditava que um clube recém fundado teria condições financeiras de pagar uma quantia tão alta. De fato não tinha, e por isso contou com a boa vontade daquele que era o homem mais rico do Brasil, o Conde Francisco Matarazzo, que adquiriu parte do terreno por 187 contos de réis.
REFORMAS
Depois de vários jogos, de vários gols e dos primeiros títulos, veio a primeira reforma: em 13 de agosto de 1933, foi inaugurada a grande arquibancada de concreto, numa partida pelo Torneio Rio-SP, quando o Palestra goleou o Bangu por 6 a 0.
Em 1962, a venda do meia Chinesinho ao Modena-ITA, permitiu nova reforma no estádio, finalizada com a construção do tão famoso Jardim Suspenso. A reinauguração ocorreu no dia 7 de setembro de 1964, contra o Guaratinguetá, pelo Paulistão, e o Palmeiras venceu por 2 a 0.
Em 1970, em parceria com a Citizen, foi inaugurado o primeiro placar eletrônico do estádio, que foi substituído por outro em 1988, o qual permaneceu até a última partida em 2010.
Em 1998, foi construído um novo anel ligando as arquibancadas com as numeradas descobertas. E a partir do ano seguinte, várias obras começaram a ser feitas: nova fachada; novas torres de iluminação com gerador para emergências, em parceria com a Eletropaulo; pintura e numeração das arquibancadas; reestruturação na parte destinada à torcida visitante, com novas rampas de acesso e reformas nos bares e nas arquibancadas; recuperação total nos camarotes, com a colocação de novas cadeiras e novos sanitários, e também a instalação de TV a cabo; reforma e pintura dos banheiros e das cabines de rádio e televisão; construção de um camarote especial para o patrocinador; instalação de catracas eletrônicas para a entrada do público nos jogos; instalação de um novo conjunto de para-raios; construção de novos restaurantes, lanchonetes e camarotes vips.
Já em 2007, foi criado o setor VISA, com espaço para 5 mil espectadores.
PLATEIA NOS PRÉDIOS
Encravado numa zona residencial, o estádio permitia que moradores dos prédios localizados atrás da arquibancada vissem os jogos de suas janelas.
PARTIDAS HISTÓRICAS
Jogando no Parque Antarctica, a primeira partida realizada contra o Corinthians foi no dia 6 de maio de 1917, pelo Paulistão: Palestra Itália 3x0 Corinthians, com 3 gols de Caetano.
Contra o Santos, o primeiro duelo se deu no dia 20 de novembro de 1921, também pelo Paulistão: Palestra Itália 6x1 Santos. Bertolini marcou o primeiro gol sobre o rival.
Já o São Paulo, o Palestra Itália enfrentou pela primeira vez no dia 10 de março de 1935, num amistoso que terminou empatado em 2 a 2, tendo sido Gabardo o autor do primeiro gol palestrino.
Em 15 de agosto de 1914, o Parque Antarctica foi a sede da primeira partida internacional do Corinthians, que acabou sendo goleado pelo Torino, da Itália, por 3 a 0. Ora, jogando no nosso estádio, e ainda contra um time do país do qual somos oriundos, não podia ter outro resultado ne?
Enquanto isso, a primeira partida internacional do Palestra Itália no seu estádio aconteceu no dia 26 de outubro de 1922, quando venceu a Seleção do Paraguai por 4 a 1.
A maior goleada já registrada em jogos oficiais dentro do Parque Antarctica foi também a maior já registrada na história: 11 a 0 sobre o S. C. Internacional, em 8 de agosto de 1920, pelo Paulistão.
Já no dia 3 de novembro de 1933, ocorreu a maior goleada contra o maior rival: Palestra Itália 8×0 Corinthians, com um show à parte de Romeu Pellicciari, que marcou 4 gols.
Perseguidos durante a 2ª Guerra Mundial, os diretores do Palestra Itália precisaram mudar o nome do clube. Foi então que, em 1942, surgiu o Palmeiras, que, já no primeiro jogo com o novo nome, foi campeão paulista sobre o São Paulo.
Em 1976, o maior público da história: a lotação de 32 mil pessoas foi ignorada e 40.283 torcedores viram o último título do Divino como jogador, quando o Palmeiras venceu o XV de Piracicaba por 1 a 0, com gol de Jorge Mendonça.
Durante o jejum de títulos (1976-1993), pelo menos uma alegria: a maior série invicta do Brasil e do mundo dentro de casa. Entre 23 de fevereiro de 1986 e 16 de setembro de 1990, foram 68 jogos, com 44 vitórias e 24 empates.
A maior alegria da história do clube teve como palco o Jardim Suspenso: o título da Libertadores de 1999, quando o Palmeiras derrotou o Deportivo Cali nos pênaltis, depois de ter vencido por 2 a 1 no tempo normal.
Em 2000, na final da Mercosul, uma virada histórica sofrida para o Vasco. O Verdão chegou a estar ganhando por 3 a 0, mas surpreendentemente o Vasco virou pra 4 a 3, com 3 gols de Romário e um derradeiro de Juninho Paulista, e foi campeão, levando os 30 mil palmeirenses presentes ao desespero.
Entretanto, um dos maiores vexames do Palmeiras jogando no Parque Antarctica se deu mesmo em 2003, quando sofreu um humilhante 7 a 2 pro Vitória, com direito a um furo inacreditável do São Marcos, uma prova de que nada deu certo no dia.
O último título conquistado, o Paulistão de 2008 sob a batuta de Marcos e Valdivia, também teve lá o seu jogo final. Depois disso, começariam as reformas para uma nova fase do Eterno Palestra: a Arena Palestra Itália.
A NOVA ERA
Depois de 90 anos de uma história com grandes conquistas e sendo a casa oficial do Palmeiras, o Parque Antarctica se despede para dar lugar a uma Arena Multiuso, que surge com a certeza de proporcionar muito mais alegrias ao torcedor. O jogo de despedida ocorreu no dia 9 de julho de 2010, num amistoso com o Boca Juniors, do qual lamentavelmente o Verdão saiu derrotado por 2 a 0, porém que trouxe muitas lágrimas de emoção aos palmeirenses, fazendo-os olhar para trás e ver um passado repleto de grandes conquistas. Mais do que isso, deixou-lhes a esperança de que aquele último jogo não seria necessariamente o fim do estádio, e sim um intervalo, como num jogo de futebol, para voltar no segundo tempo com muito mais energia.
A Arena Palestra marca o início de uma nova fase da Sociedade Esportiva Palmeiras, e a sua história é contada no documentário "Segundo Tempo", sequência do "Primeiro Tempo", que conta a história do Parque Antarctica, desde os primórdios ao último jogo. As gravações do Segundo Tempo terminam na partida de inauguração da Nova Arena.
Infelizmente, nem tudo é só alegria: na manhã do dia 15 de abril de 2013, um desabamento na parte da arquibancada antiga que não pôde ser demolida interrompeu as obras na Arena e acarretou na morte do funcionário Carlos de Jesus, esmagado por uma das estruturas de concreto. A Sociedade Esportiva Palmeiras decretou luto oficial de 1 dia, e as obras foram paralisadas durante todo o dia seguinte.
2 semanas depois, porém, uma boa notícia: a parceria com a Allianz para dar o nome à Arena. Foram disponibilizadas 3 opções: Allianz 360º, Allianz Center, e Allianz Parque. A esmagadora maioria da nação alviverde não ficou satisfeita com nenhum dos nomes sugeridos, e começaram a reivindicar, pedindo que se chamasse Allianz Palestra, com direito até à criação de uma petição pública a ser enviada para a Allianz, para que tal objetivo se concretizasse. Porém, o pedido não foi levado em conta e, no dia 21 de maio de 2013, foi anunciado que a Nova Arena seria batizada por Allianz Parque, embora isso não impeça que os palmeirenses a chamem como bem entenderem e da forma que lhes soar melhor.
Inicialmente marcadas para serem concluídas no primeiro semestre de 2013, as obras do Allianz Parque sofreram vários atrasos devido a fatores burocráticos, até que, finalmente, no dia 19 de novembro de 2014, mesmo com a fachada e toda a área externa incompletas, os palmeirenses puderam matar as saudades daquele clima de jogar em casa. Os jogadores já tinham sentido o gostinho de pisar em campo 20 dias antes, no primeiro treino da equipe na nova casa.
Desde setembro, alguns eventos testes já vinham sendo feitos, com a presença de alguns poucos milhares de torcedores, devido à capacidade para os mesmos. Eventos como:
- a exibição do filme "12 de junho de 1993, o dia da paixão palmeirense"
- a gravação do DVD da Mancha Verde com o samba enredo 2015
- e ainda um jogo de despedida do Divino Ademir
... antecederam a inauguração oficial, que infelizmente teve um sabor amargo para todos os palmeirenses presentes, com a derrota do Verdão por 2 a 0 para o Sport, em jogo válido pela 35ª rodada do Brasileirão.
Após a inauguração, o Allianz Parque, ainda em 2014, foi pela primeira vez o palco de um evento musical. Em 2 dias de apresentação, Paul McCartney encerrava sua turnê "Out There" no Brasil, depois de ter passado por Cariacica, Rio de Janeiro e Brasília.
Além do show, houve também mais uma partida oficial do Palmeiras, desta vez um empate em 1 a 1 com o Atlético-PR, pela última rodada do Brasileirão, que só não decretou mais um rebaixamento alviverde graças ao Santos, que marcou um gol contra o Vitória no último minuto, no Barradão, fazendo com que o Palmeiras escapasse de mais um vexame. O autor do primeiro e até então único gol palestrino na nova casa foi o atacante e artilheiro Henrique, em cobrança de pênalti.
Os palmeirenses só puderam ver o Verdão ganhando a sua primeira partida em 2015, no primeiro jogo do ano, num amistoso com o Shandong Luneng, no dia 17 de janeiro. Com gols dos estreantes Leandro Pereira e Lucas, e outro do veterano Cristaldo, os mais de 25 mil palmeirenses presentes viram o Verdão derrotar os chineses por 3 a 1, de virada.
Embora os palmeirenses já tivessem tido a honra de ver o Verdão vencendo na sua nova casa, a primeira vitória oficial só aconteceu 2 semanas mais tarde, na estreia do Paulistão. E ainda assim, não foi como mandante, pois o adversário do dia, o Audax, escolheu jogar ali por questões financeiras, entrando assim num acordo com o Palmeiras, que não tomou conhecimento do adversário e ganhou por 3 a 1.
O primeiro clássico foi contra o Corinthians, no dia 8 de fevereiro. A torcida estava animada e compareceu em peso, mas a atuação do Palmeiras foi pífia e perdeu por 1 a 0. O vilão do jogo foi o zagueiro Vítor Hugo, que pode-se dizer que "marcou" um gol contra, por causa de um erro imperdoável.
Na 4ª rodada do Paulistão, contra o Rio Claro, aí sim, o Palmeiras venceu a primeira partida oficial em casa como mandante.
Já a primeira vitória em clássicos se deu no dia 25 de março, quando goleou o São Paulo por 3 a 0, sendo o primeiro um gol antológico de Robinho, que aproveitou uma falha e chutou do meio de campo, marcando um golaço de cobertura no Rogério Ceni, que valeu como o primeiro gol de placa no Allianz Parque.
O primeiro mata-mata teve o Botafogo-SP como vítima, pelas quartas de final do Paulistão, e o Verdão venceu por 1 a 0 e se classificou para as semifinais.
Depois de derrotar o Corinthians nos pênaltis em pleno Itaquerão, o Palmeiras disputou pela primeira vez uma partida de final na sua casa, embora não tenha sido a decisiva. O placar foi 1 a 0 a nosso favor em cima do Santos, porém os torcedores saíram com uma sensação de derrota, já pressentindo o pior, depois que o Dudu desperdiçou um pênalti, que poderia ter dado o título ao Palmeiras, já que o jogo de volta terminaria 2 a 1 pro Santos no tempo normal, seguido de uma vitória alvinegra nos pênaltis.
Já a Seleção Brasileira teve a sua primeira oportunidade de entrar no campo do novo Palestra Itália ainda em 2015, no dia 17 de junho, em um amistoso com o México. Por ser um caldeirão, a nova casa palmeirense foi "pé quente" pro canarinho, e o Brasil derrotou os mexicanos por 2 a 0.
378 dias depois da inauguração oficial, o Allianz Parque sediou a primeira decisão de um campeonato. Tratava-se de uma réplica da final do Paulistão: só mudava a casa, mas os times eram os mesmos, e os números da primeira partida também, na qual o visitante saiu derrotado por 1 a 0, tendo o mandante perdido um pênalti. Era um jogo histórico, e se vingar do Santos era uma questão de honra pro Palmeiras, principalmente depois que toda a mídia já tinha dado como certo o título pro Santos, inclusive tendo sido divulgado um pôster com o time do Santos campeão. Mas o jogo só acaba quando termina. Com uma recepção calorosa nos arredores do estádio nunca vista antes, o elenco do Palmeiras entrou em campo com sangue no olho, e por muito pouco não abriu o placar logo aos 8 segundos de jogo, com um lance do Gabriel Jesus. Os gols só sairiam no segundo tempo. Dudu marcou duas vezes e Ricardo Oliveira descontou pro Santos, levando a decisão mais uma vez para os pênaltis. O Santos foi o primeiro a bater e já começou chutando pra fora. O Palmeiras marcou o primeiro logo em seguida. Na segunda cobrança do Santos, surgiu o São Prass, que defendeu. Rafael Marques desperdiçou a vantagem pro Palmeiras. Depois disso, ninguém mais perdeu: o Santos marcou os 3 últimos e empatou com o Palmeiras, que ainda tinha a terceira e decisiva cobrança. O escolhido pra bater, para a surpresa dos milhares de palmeirenses presentes dentro e fora da arena, foi ninguém menos que aquele que se tornaria o maior ídolo do Palmeiras na atualidade, Fernando Prass. E com razão. O goleiro foi pra bola com confiança e não decepcionou a torcida: encaixotou e deu o tricampeonato da Copa do Brasil ao Palmeiras, e de quebra ainda a vaga na Libertadores. A primeira volta olímpica no Allianz Parque foi merecidamente verde e branca, e a muralha Fernando Prass escreveu de vez o seu nome na história!
FOI NO PALESTRA ITÁLIA...